domingo, 21 de dezembro de 2008

Santiago, 17 de dezembro de 2008

Estava caminhando com minha mãe pelas ruas e vejo que estamos perdidas en el corazón de la grande babylon. "Acho que estamos andando sem sentindo.", eu comento. "Hein? O que não tem sentido?", ela pergunta. A vida, penso comigo mesma, mas continuo andando.
"As pessoas confundem ter com ser.", ela diz ao observar o desfile de marcas pelas ruas. É como se every single person fosse um manequim ambulante, ou uma fotografia saída das páginas da Vogue. Nem as crianças escapam mais, nem los perros, nim los coches. Todas las calles son passarelas.
"Minhas filhas têm valor em qualquer lugar do mundo." Eu já fui mais preciosa, pensei. É como se hoje em dia eu estive em baixa no mercado de ações da bolsa de valores do mundo. Volvo a mim mesma e começo a divagar no porquê. Engraçado que imediatamente recuerdo de quando os EUA passaram pela grande depressão.
É como um prazo de validade, as coisas estragam, perdem a função. Os sonhos, as esperanças,acabam aprodrecendo nas prateleiras do supermercado da alma. Aí tudo acaba em promoção pra que seus desejos e tudo que você sempre quis sejam vendidos rapidinho e substituídos em seguida.
Você se vende, você se compra. Você se consome, você se apaga.
Já são nove da noite em Santiago del Chile, e agora que o sol começa a se pôr. Noites brancas na América do Sul. Noites de sol luminando las calles, los perros, las chicas y los chicos, enquanto los sueños son vendidos às escuras, apodrecendo em becos no corazón de la ciudad.