segunda-feira, 25 de maio de 2009

Pe[r]dido

João diz:
gostou?
Maria diz:
eu ja gosto desse tema naturalmente
Maria diz:
e esse ai ta... pqp!
Maria diz:
sabe, quando eu gosto mto de uma coisa, quando ela me emociona, me faltam palavras, aí eu não sei o que dizer direito
João diz:
eu sei como é
João diz:
eu fico xingando
Maria diz:
mas acho que isso é bom, pq se faltam palavras é pq vc é além do que vc consegue expressar, aí vc se concentra em sentir
Maria diz:
eu tbm xingo pra porra!
João diz:
o que tu falou é bonito
João diz:
e certo
Maria diz:
o que tu escreveu tbm
Maria diz:
e é sobre o que a gnt tava falando no começo da conversa: o tempo e as coisas passando
João diz:
isso
João diz:
foi por isso que fiz
Maria diz:
tu fez enquanto a gente tava conversando?
João diz:
sim
João diz:
esse poema é quase teu
João diz:
só não é porque quem fez fui eu
Maria diz:
!!
Maria diz:
então eu sou a Maria, né?
Maria diz:
maria érika
João diz:
maria érika
João diz:
po, tu acabou com um belo jejum
João diz:
eu tava já ha uns dias sem escrever

.

Pe[r]dido
O tempo é vertigem
alucinante é a imagem
do instante
que passa e não se importa
em se tornar passado.

Maria, enquanto ainda é noite
Antes que seja manhã
E tarde
Segura esse instante em tuas mãos
E não o deixa ir
Nem que isso mude toda a complexa ordem temporal do universo.


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Porque há muito eu não ganhava um poema do qual gostasse tanto!
Vou tentar fazer com que o pedido não se perca. =)

domingo, 10 de maio de 2009

só deixando fluir...

Há muitão de ti nas pessoas pessoas que tu toca. E muitão delas em ti. Eu gosto de observar isso, e essa semana percebi bastante.

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Eu tava pensando, todo mundo tem seu vício. Alguns podem até não saber, mas têm. O próprio cérebro é viciado em algumas sensações, e isso varia de pessoa pra pessoa. Uns têm aqueles vícios óbvios, que geralmente são as drogas, lícitas ou não. Outros são viciados mais discretamente, em sofrimento, em serem felizes a custo de qualquer coisa (o que nem sempre é bom), em zangar-se, em encucar com qualquer coisa, enfim...
Aí o mais interessante disso tudo é que, de tão viciada nisso, a pessoa prepara pra si situações nas quais que possa tirar essas sensações em que é viciada. Brigando por banalidades, sofrendo por qualquer unha que quebre, arranjando fantasias pra se encucar. E assim vai alimentando o vício.

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O céu tava tão bonito hoje. Tava azulzão bem forte no começo do dia, com aquelas nuvens gordas que indicam calor. Já no finzinho de tarde tava alaranjado, com nuvens que pareciam pintadas levemente, e aquelas mais leves ainda, que parecem ter sido só pinceladas e que indicam que o tempo vai esfriar pelo menos um carocinho.

Ultimamente tenho olhado pro céu e pensado "Esse pedaço de céu equivale ao pedaço de terra ao qual eu tô presa agora. Então, além de explorar o pedaço de terra em que tô, sempre tento olhar bem pro céu, porque sei que ele também muda, e sei que posso sentir falta dele um dia."

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Ah, hoje é dia das mães. Eu não curto muito isso de dia, não. Pra mim, atualmente isso só serve pra alimentar o capitalismo mesmo (sem entrar em viagens pró comunismo). Pra isso e pra ter uma notinha na agenda debaixo da data. "27 de agosto - Dia do Psicólogo", "dia do livro", "dia do cacau"... cada dia bizarro!
Nem tem mais aquilo de homenagear. Dia do Índio: Vamos pintas as criancinhas na escola, colocar-lhes um cocá e falar que os índios descobriram o Brasil. Dia das mães, dos pais, dos namorados: Geralmente gera frustração. Compra-se presentes e pronto, papel cumprido. Só isso?
Acho difícil resgatar valores numa sociedade como essa. A menos que a pessoa tenha verdade naquilo que tá fazendo, aí muda o contexto.

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Ontem ganhei meu dia. Descobri que vai ter Cat Power em SP em julho, e eu vou! Finalmente me vingarei desses shows bons que tenho perdido. Depois, meu primeiro congresso, em BH com as amigas. Não posso morrer antes de julho.

É isso aí, agora vou fazer outra coisa.