domingo, 30 de março de 2008

Trava-mente

A solidão é minha única companhia.
Fujo para enfrentrar as situações.
E o vazio é tudo que me preenche.
Mas chega! Cansei de companhia. Solidão, por favor, me deixe sozinha!
Devo parar de fugir, agora enfrentarei tudo.
Já estou cheia de tanto vazio...

domingo, 23 de março de 2008

Aleatório

Oi!
Olá.
Como você está?
Err... hmmm... bem...
Nossa, tem muito tempo que não a via!
Ahm... desculpa, mas nos conhecemos?
Sim, claro! Não sei se está lembrada de mim, foi há algum tempo atrás...
Desculpe-me, mas realmente não estou lembrada.
Nós estudamos juntos durante uma semana, num seminário.
Há quanto tempo atrás?
Uns três anos, eu acho.
Mas nós nos falamos? Creio que lembraria de você.
Sim, nos falamos uma vez. Você deixou sua caneta cair no chão, do meu lado. Eu a peguei para você e você me agradeceu.
E isso foi tudo?
Foi.
Nossa! Que memória!
Mas não é só isso... você tem que ver a mensagem por trás do que aconteceu aquele dia.
E qual seria esta?
O que tivemos foi uma conexão de almas. Nos olhamos nos olhos, nossas mãos se tocaram, trocamos palavras de agradecimento e gestos de gentileza. Nesse dia eu tive certeza que você seria a pessoa que eu gostaria de viver pro resto da vida.
Você tá falando sério?
Eu sabia que a reencontraria! Pensei bastante em você durante todos esses anos, esperando por nosso reencontro, e ele finalmente aconteceu.
Eu, eu... não sei o que dizer!
Diga que me ama! Diga que me aceita, que aceita ficar comigo pra sempre.
Você é louco, e tá começando a me assustar...
Não me leve a mal, por favor... não a quero perder de novo!
Me perder? Mas você nunca me teve!
Nos meus sonhos você era minha.
Nos meus, você não existia.
Talvez eu existisse, e você não percebia. Você nunca percebeu, mas eu sempre estive lá.
Chega dessa loucura, vou sair daqui.
Não se vá, por favor! Me escute... e o que é o amor, senão loucura?
Amor? Nem nos conhecemos!
Você que pensa assim... mas estou cem porcento disposto a lhe conhecer completamente, se você me permitir.
Não, obrigada. Maluco.
Por que se esconder por trás de agressividade?
Dê-me uma chance! Sou inofensivo... você nunca teve um amor platônico.
Já, vários...
Então?
Mas eu nunca faria isso.
Isso o quê? Será que não vê? Você tem medo. Morre de medo.
E quem não tem?
Todos têm. Mas às vezes devemos passar por cima disso.
E se você for um psicopata?
Você nunca saberá se não tentar!
...
Vamos, eu lhe pago um café e podemos começar...
Eu prefiro cappuccino.
Cappuccino é perfeito.
Então, vamos?
E eu tenho outra alternativa?
Sempre há outra alternativa.
Certo, vou com você... Mas, ei! Eu nem sei seu nome! E nem você o meu!
Não se preocupe, temos todo o tempo do mundo...

.


* Dying - Hole

Remember, you promissed me
I'm dying, i'm dying, please....

sexta-feira, 21 de março de 2008

Adeus! Eu te amo...

É muito importante ressaltar que este texto é fictício, fruto da minha imaginação, que se pôs a pensar em relacionamentos deste tipo. Não quero que confundam nenhuma palavra dita aqui com o real relacionamento que mantenho com meu namorado. Claro que o texto é levado conforme minhas opiniões quanto ao assunto, e foi inspirado na discussão resultante do término de relacionamento de duas pessoas muito próximas a mim. Pode ser considerado um conto, doce e trágico sobre relacionamentos que fracassam.


Espero que depois não perguntes o que fizeste de errado. O problema foi a indiferença com meus sentimentos. Sabias que há muito tuas atitudes não mais me agradavam, e mesmo assim prosseguiste. E contra meus pedidos, o fizeste. Agora eu simplesmente lavo minhas mãos, assumindo a mesma postura omissa que tu assumiste para com minha opinião.

Sabendo que havíamos passado recentemente por uma fase turbulenta, em que o amor que eu sentia por ti fora posto à prova. Sabendo que devido a teus esforços conseguimos superar esta fase, continuaste. E o fato de teres continuado não foi nada encorajador para mim. Na verdade foi o estopim, a explosão final.

Me incomoda pensar que tu não pareceste te importar com a ameça que tua atitude significou para nós, pois apenas seguiste em frente. E ainda disseste que eu precisava ser mais flexível. Pedido este, absurdo, quando durante todos esses longos anos que vivemos juntos o que mais fiz foi ceder.

Então me pergunto agora: que tipo de relacionamento é este? Não tenho tendências masoquistas e tampouco paciência infinita. Claro que tivemos nossos bons momentos.
Sei que tu me amas, assim como te amo, mas tudo tem seus prós e contras, e pesando-se os dois lados, o que prevalece? Talvez a resposta esteja explícita.

O amor que temos é grande e forte demais, mas às vezes, meu querido, aprende-se a duras penas, como eu aprendi, que amor não é o suficiente. É preciso bem mais.
Confiança e compreensão são imprescíndiveis, bem como tolerância, mas esta já foi tolerada demais.

Então por que eu deveria ter a paciência de Jó e tolerar todos os teus erros, para no final ainda sair como a incompreensiva. Quando se quer mudar é ótimo, mas em todos estes longos anos que vivemos juntos tu nunca quiseste.

Ainda assim espero que um dia reconheças, e queiras mudar, mesmo que eu já não esteja mais perto para saber.

E como tu podes querer que eu me sinta, dada a maneira como procedeste? Amada e importante, com tudo que penso e sinto sendo friamente ignorado? É impossível sentir-me assim e ainda ouvir uma espécie disfarçada de 'cala-boca' vindo na forma de 'seja mais flexível'.

E quanto a nós? Onde ficamos, como ficamos? Acho que na verdade tu não te importas tanto assim, pelo modo como ages. Estamos cansados de saber que palavras não são nada, e que as atitudes é que falam mais alto, mesmo que as palavras sejam gritadas garganta a fora. Elas acabam sendo desnecessárias. Como já dizia a sábia música de Depeche Mode.

Meu bem, tu és assim, e não creio que vás mudar. Por mais que tenhamos acreditado nisso durante todo esse tempo. Um dos maiores erros em um relacionamento é
pensar que se pode mudar o outro, mas adivinhe só: não se pode!

E eu sou a prova viva disso. Tu me jogaste fora da tua vida, jogaste tudo para o alto. Talvez tu te arrependas no futuro. Talvez tu te aches a pessoa mais coberta de razão do mundo. Eu nunca saberei, isso apenas tu saberás.

Não me arrependo de nada que fiz, ou de nada que passamos juntos. Apenas lamento que tudo isso tenha que acabar desta forma. Mergulhei neste relacionamento esperando que fosse durar para sempre, esperando que fôssemos casar, ter filhos e um cachorro. Esperando que passássemos o resto da vida juntos. Mas não foi. Mas não foi para sempre, e acabou. Agora acabou.

Eu realmente não queria sair da tua vida, e não queria que tu saísses da minha. Mas se tem que ser assim, assim será. Digo que te amo muito e arrisco até afirmar
que amo mais do que qualquer pessoa já amou. Sentirei muito tua falta, porque tu me marcaste de fato.

Nunca te esquecerei por completo, e espero ainda guardar apenas as melhores memórias. Memórias estas que doerão muito quando forem lembradas, mas a vida continua. Dói, mas continua. E talvez doa mais pra um que pra outro, mas ainda assim
ambos têm de continuar.

Não sei quem superará mais rápido, e pra ser sincera, prefiro nem saber. Também não me conformo com a idéia de que daqui a uns anos, nos encontraremos na rua, nos cumprimentaremos por educação, e todo o sentimento absurdo que um dia sentimos um pelo outro foi embora, já não existe mais, e nos tornamos meros estranhos novamente.

Talvez um dia, quando nos encontrarmos, paremos e pensemos "Esta foi a pessoa que mais amei em toda minha vida!", e logo depois este pensamento pareça apenas distante e engraçado, ou quem sabe, distante e absurdamente triste.

É a sensação de posse, o cuidado extremo e a preocupação imensa. Tudo isso nos mantêm ainda prisioneiros da inconformação. Terminar agora foi difícil, mas depois poderia ser bem pior.

Tu me perguntas como fazer para esquecer, e eu te pergunto exatamente a mesma coisa. Porque apesar de estar encerrando aqui nosso caminho, não quer dizer que tenha esquecido por onde andei, ou tenha uma fórmula pronta para isso. Eu apenas seguirei em frente. Caindo e me reerguendo. E espero que no fim de tudo, consiga tirar alguma lição.

Eu te amo muito e te desejo sinceramente apenas o melhor. Não quero que tu tenhas raiva ou rancor de mim. E por mais triste e difícil que seja, um dia ainda conseguirei torcer para que encontres alguém que te complete e te faça feliz, já que não pude fazê-lo. E espero que tu me desejes o mesmo.

Num fantástico mundo, eu gostaria de pensar que um dia, ambos teremos corrigido todos os piores defeitos que nos impediram de continuar. E neste dia nos encontremos e reconheçamos o quanto fomos inconsequentes de termo-nos deixado ir por estes erros. E então, fiquemos juntos novamente, novamente e para sempre, como sempre quisemos. Mas este dia infelizmente é, e será apenas fantasioso. Alimentado pela esperança que sobreviveu das cinzas do nosso amor.

Adeus! Eu te amo...

domingo, 16 de março de 2008

Inquietude

Começa assim:

The word is a vampire
(pam pam pam)
Sent to drain-ain-ain


Depois passa pra:

I love you babe, and if is quite alright i need you babe
To warm my lonely nights
I need you babe, trust me when i saaaaaay...


Orkut. Meus documentos. "Que merda, não tem quase nada meu nesse notebook!" . "Queria fazer alguma coisa diferente."

Fome. Passa fotos, passa arquivos, procura música. Não encontra nenhuma, porque está pensando em várias ao mesmo tempo.

"Queria poder ouvir várias ao mesmo tempo! Seria divertido..."

Pensa no dia que passou com o namorado. Lembra de coisas engraçadas e dá uma risadinha. Assistiu um filme ótimo hoje. "Eu, você, e todos nós". Assitam.

Fome de novo. "Comer ou não comer? Comer de madrugada engorda mais!" .
"Queria um cigarro, mas teria que ir pro outro quarto."

Escolhe ouvir Foundations, Kate Nash.

"When i'm telling a story and you find it boring, you're thinking of something to say"

Começa a dançar com a musiquinha sussurrando a letra. Visita o fotolog abandonado.

Passa pra Sufjan Stevens . "I can see a lot of life in you"

"Queria ter um par de asas. Eu sairia com elas na rua sem problema algum!"

Trilha de Amelie. Air, Playground Love. Brincar com o PS. Exercitar a criatividade. Cansar de descrever cenas, pensamentos e vontades. Parar de escrever.

E são apenas 2:40 am.

.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Viagens

Às vezes sinto que preciso de férias. Férias de mim mesma. Se tudo é cansativo nessa vida, então por que ser quem se é também não seria?
Há dias em que acordo cansada, estafada de mim. Que precisaria ir pra bem longe, onde pudesse fugir do meu físico, do meu psíquico, do meu espiritual. E quando chegasse lá, neste ponto de neutralidade, passasse muito tempo não me sendo.
Compraria a passagem a preço de leilão, e não importaria a duração da viagem, nem o desconforto. Poderia ser uma viagem de dias num ônibus sujo e fétido, num avião cheio de turbulências, dores de ouvido ou sagramentos de nariz. Ou até mesmo num navio nauseante, pouco me importariam os meios, contanto que levassem para o destino desejado: o destino fora do meu destino.
Lá poderia fazer calor de suar a barriga, com dias dias ensolarados que queimam a córnea, ou frio de congelar a boca, com nuvens estrato no céu, anunciando que ainda iria esfriar mais. Seriam as férias perfeitas, desde que fossem bem longas. E uma vez que tivesse chegado, aproveitaria cada minuto.
Mesmo que pra isso tivesse que acordar antes das sete da manhã,sem tomar café. Mesmo que tivesse que andar o Louvre inteiro, duas vezes seguidas e carregando peso nas costas. Ou atravessaro Saara sem uma única garrafa d'água. Nada abalaria a felicidade de estar bem longe de mim.
E dia após dia, noite após noite de não me ser seriam um bálsamo para o cansaço. Então, quando o tempo finalmente acabasse, e eu realmente tivesse que voltar a habitar-me, voltaria revigorada. Pronta pra ser quem sou pelo resto da longa vida.


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Texto que eu fiz de uma viagem mental minha. Não gostei muito, mããs vai assim meixmo. E tô nem aí. Depois eu faço um texto sobre um assunto que me incomodou tremendamente essa semana. +_+

Ouki.