quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Stop feeling empty, start filling empty

.


I want to feel words of emptiness until I fill them all.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Hiância

I'm in love with the idea of being in love.

As pessoas gostam dos vazios, pra poder preenchê-los com a imaginação.

"É no vazio que nos projetamos."

Freud já dizia, Lacan já repetia, e hoje, ao explicar a estética da recepção, o professor de literatura falou. E é, yeah.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Joana

[Há muito tempo que não passava por aqui, então de repente, ou talvez nem tanto assim, resolvi postar. Talvez porque a semana de letras da faculdade começa semana que vem, e com ela um concurso de poesia que tô pensando em me inscrever. Aí resolvi reler uns textos antigos pra saber qual deles escolheria pra poesia aventureira, e me deparei com um, esse que segue abaixo, que eu nem lembrava de ter escrito! Cheguei a pensar que talvez tivesse sido feito por minha irmã, mas durante a leitura consegui lembrar que era meu. Me arrependo de não colocar as datas em todos os textos que eu escrevo, e depois deixo de lado pensando que são uma merda, pra depois de algum tempo descobrir que não são tão ruins assim.]

-

JOANA

Joana foi dormir à noite, sonhando com o amor de sua vida, a quem nunca se declarara, mas planejava fazê-lo dali a um mês, no dia dos namorados. Ela vinha tomando coragem para isso desde que o conhecera,há três anos.

Na manhã do dia seguinte Joana levanta, canta uma canção bonita, e feliz se arruma pra mais um dia de rotina. Ela ama sua família, gosta de viver, se dá bem com todos, e tem uma ótima aparência. Muitos a consideram especial.

Joana pretende ser pediatra, assim como seu pai o quer que ela seja. Deseja ser mãe, pois fica maravilhada com a gravidez, toda vez que se depara com alguma grávida pela rua. Ela jura que se tornará a melhor mãe que puder ser.

No caminho para a faculdade de medicina, observa as folhas secas caírem das árvores quase completamente desnudas, sente a brisa fria e agradável de outuno, caminha a passos demorados, e agradece a vida que tem. Pensa que não poderia querer mais.
Joana adora poesia, e artes em geral.

É uma menina culta e entende bastante de música, literatura e pintura. É fã de ópera, tragédias e shakespeare. "Tudo que impregne sentido e intensidade à vida me fascina", dizia sempre. A vida é bela, é poética, é trágica, é especial e única.

Enquanto sorri maravilhada com o céu imensamente azul claro salpicado de nuvens brancas, Joana esquece de prestar atenção ao seu redor, e não vê que um homem muito branco dispara um tiro contra ela. "Viver não vale a pena", ele diz, "é perda de tempo", e depois toma sua própria vida com tiro na cabeça. O homem branco cai, sem vida. Joana cai, morta.

Joana morre sem amores, sem poesia, sem filhos e sem intensidade. O sangue de seu corpo escorre sobre as folhas secas de outono. Uns passantes assustam-se. "É trágico!", diz um. "Não é, acontece a toda hora. Apenas mais um que morre.", diz outro.

A alguns metros dali nasce uma linda menina que batizam de Ofélia. "Ela é uma menina especial!", diz a mãe, segurando a recém nata nos braços.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Today i'm wearing red inside out.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Into the wild

Acabei de assistir Into the Wild. Eu evitava assistir esse filme por tudo que já havia ouvido falar dele, por tudo que já havia lido e visto a respeito, porque parecia ser muito importante pra que eu lidasse como qualquer coisa. Parecia abordar temas que a maioria das pessoas deixa pra lá e evita. E aí eu queria que acontecesse num momento em que eu estive preparada.
Eu ia às locadoras e pensava "Into the wild, como eu gostaria de ver... mas ainda não é o momento certo". Gosto de ir com cuidado com aquilo que eu considero importante. Mas não existe isso de "momento certo", quando acontecer é o momento certo. E aí foi hoje, com a família; e eu que queria que começasse como algo só meu, já que era aquele filme que parecia ter sido filmado dentro de alguma parte profunda da minha alma, algo pessoal, que não se compartilha assim de primeira.
E o filme foi lindo, é lindo, e tocou. Só não sei como ainda, mas sei que vai chegar o momento em que eu vou descobrir o que é tudo aquilo lá, tão parecido com o que tá aqui dentro. Me guiando em alguma direção...
Bonito(beleza), bem bonito, profundo e triste.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

As árvores

Pois somos como troncos de árvores na neve. Aparentemente eles jazem soltos na superfície e com um pequeno empurrão deveria ser possível afastá-los do caminho. Não, não é possível, pois estão firmemente ligados ao solo. Mas veja, até isso é só aparência.

-Franz Kafka

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Off até agosto

Tô viajando, em MG. Torçam pro meu avião não cair.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Pequeno ensaio sobre poder

-Mas quem é que... não gosta de poder?
-Os mentirosos.

(Disse, após um breve pensar que retomou toda a história da humanidade).

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O que eu não entendo é como tu, lixo humano, consegues andar por aí vestido de espelho de bondade e beleza. Teus olhos grandes transbordantes de inveja esquecem de mencionar o quanto és desgraçada, mas teu sorriso curto nunca me enganou.
Das palavras que saem da tua boca suja de mentiras, as atitudes são contrárias; é cansativo observar tanta falsidade. No entanto, disseste algo que me encarregarei de concretizar: O que vai, volta. Karma é um bumerangue, espera que vai voltar.

domingo, 7 de junho de 2009

Pra mudar com morangos

Living is easy with eyes closed, misunderstanding all you see
It's getting hard to be someone but it all works out, it doesn't matter much to me


Acho que tô um pouco atrasada, mas tá na hora, já é pra ser. Tenho que ajeitar o foco,
escolher a lente certa e mirar no que quero.
Mais extro que intro, mais lá fora que aqui dentro, subjetivo, ma(i)s objetivo.
Então começa agora. A-G-O-R-A.

Always, no, sometimes, think it's me, but you know I know when it's a dream, I think, no I mean, yes, but it's all so wrong, that is I think I disagree

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Crônica de um desamor louco

Hoje não te amo nem te odeio. Apenas penso em ti, não sei se com carinho ou com cuidado, com pena ou arrependimento. Hoje às dez da manhã estava pensando em ti. Às seis da tarde também, e agora, às nove da noite continuo pensando.
Não costumo pensar em ti toda hora, geralmente dou um intervalo de duas a três. Penso no que passou e no que poderia ter passado, mas o futuro, que hoje é passado e ontem foi presente, não deixou. O futuro do pretérito imperfeito, qual será? E qual seria o futuro hoje se o pretérito tivesse sido perfeito?
Era uma vez e eu amara, amava, amei. Então foi-se uma vez e em vez de amar, odiei. E odeio, o fato de que talvez ainda ame, mas não como amava enquanto amei.


.

Escrito enquanto eu estudava crônicas, inspirado por seu ningas e título parodiando Bull covi ski.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Pe[r]dido

João diz:
gostou?
Maria diz:
eu ja gosto desse tema naturalmente
Maria diz:
e esse ai ta... pqp!
Maria diz:
sabe, quando eu gosto mto de uma coisa, quando ela me emociona, me faltam palavras, aí eu não sei o que dizer direito
João diz:
eu sei como é
João diz:
eu fico xingando
Maria diz:
mas acho que isso é bom, pq se faltam palavras é pq vc é além do que vc consegue expressar, aí vc se concentra em sentir
Maria diz:
eu tbm xingo pra porra!
João diz:
o que tu falou é bonito
João diz:
e certo
Maria diz:
o que tu escreveu tbm
Maria diz:
e é sobre o que a gnt tava falando no começo da conversa: o tempo e as coisas passando
João diz:
isso
João diz:
foi por isso que fiz
Maria diz:
tu fez enquanto a gente tava conversando?
João diz:
sim
João diz:
esse poema é quase teu
João diz:
só não é porque quem fez fui eu
Maria diz:
!!
Maria diz:
então eu sou a Maria, né?
Maria diz:
maria érika
João diz:
maria érika
João diz:
po, tu acabou com um belo jejum
João diz:
eu tava já ha uns dias sem escrever

.

Pe[r]dido
O tempo é vertigem
alucinante é a imagem
do instante
que passa e não se importa
em se tornar passado.

Maria, enquanto ainda é noite
Antes que seja manhã
E tarde
Segura esse instante em tuas mãos
E não o deixa ir
Nem que isso mude toda a complexa ordem temporal do universo.


.

Porque há muito eu não ganhava um poema do qual gostasse tanto!
Vou tentar fazer com que o pedido não se perca. =)

domingo, 10 de maio de 2009

só deixando fluir...

Há muitão de ti nas pessoas pessoas que tu toca. E muitão delas em ti. Eu gosto de observar isso, e essa semana percebi bastante.

-

Eu tava pensando, todo mundo tem seu vício. Alguns podem até não saber, mas têm. O próprio cérebro é viciado em algumas sensações, e isso varia de pessoa pra pessoa. Uns têm aqueles vícios óbvios, que geralmente são as drogas, lícitas ou não. Outros são viciados mais discretamente, em sofrimento, em serem felizes a custo de qualquer coisa (o que nem sempre é bom), em zangar-se, em encucar com qualquer coisa, enfim...
Aí o mais interessante disso tudo é que, de tão viciada nisso, a pessoa prepara pra si situações nas quais que possa tirar essas sensações em que é viciada. Brigando por banalidades, sofrendo por qualquer unha que quebre, arranjando fantasias pra se encucar. E assim vai alimentando o vício.

-
O céu tava tão bonito hoje. Tava azulzão bem forte no começo do dia, com aquelas nuvens gordas que indicam calor. Já no finzinho de tarde tava alaranjado, com nuvens que pareciam pintadas levemente, e aquelas mais leves ainda, que parecem ter sido só pinceladas e que indicam que o tempo vai esfriar pelo menos um carocinho.

Ultimamente tenho olhado pro céu e pensado "Esse pedaço de céu equivale ao pedaço de terra ao qual eu tô presa agora. Então, além de explorar o pedaço de terra em que tô, sempre tento olhar bem pro céu, porque sei que ele também muda, e sei que posso sentir falta dele um dia."

-

Ah, hoje é dia das mães. Eu não curto muito isso de dia, não. Pra mim, atualmente isso só serve pra alimentar o capitalismo mesmo (sem entrar em viagens pró comunismo). Pra isso e pra ter uma notinha na agenda debaixo da data. "27 de agosto - Dia do Psicólogo", "dia do livro", "dia do cacau"... cada dia bizarro!
Nem tem mais aquilo de homenagear. Dia do Índio: Vamos pintas as criancinhas na escola, colocar-lhes um cocá e falar que os índios descobriram o Brasil. Dia das mães, dos pais, dos namorados: Geralmente gera frustração. Compra-se presentes e pronto, papel cumprido. Só isso?
Acho difícil resgatar valores numa sociedade como essa. A menos que a pessoa tenha verdade naquilo que tá fazendo, aí muda o contexto.

-

Ontem ganhei meu dia. Descobri que vai ter Cat Power em SP em julho, e eu vou! Finalmente me vingarei desses shows bons que tenho perdido. Depois, meu primeiro congresso, em BH com as amigas. Não posso morrer antes de julho.

É isso aí, agora vou fazer outra coisa.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Don't make a sound...

Tava com insônia e peguei o ipod pra ouvir e ver se conseguia me dormentar um pouco. Parei naquela música, uma que me lembra tanto aquele tempo, aquela época, aquele lugar. Incrível quanto se pode depositar numa música, que mesmo depois de ano, mesmo depois que tudo já tenha mudado, ela consegue trazer tudinho de volta. Todos os sentimentos, todas as sensações. O peito fica apertado de novo, a garganta fica seca. Engraçado... mesmo que nenhum dos sentimentos ou sensações existam mais, eles voltam, como se permanecessem, como se nunca tivessem desaparecido...



Você lembra perfeitamente daquela sensação de impotência, de saudade aleijada, pois não havia nada que você pudesse fazer a respeito. You just couldn't avoid those feelings, that obscure sensation that everything was going wrong, everything was completely out of your reach. You could only wait and hope things didn't go so wrong, even knowing they were.
Remember the cold, the cold you had never, ever, felt before. Se lembra de estar debaixo das cobertas que lhe pinicavam. Suspira, lembra que dera muitos suspiros naquelas noites gélidas, do outro lado do mundo, longe da única coisa que gostaria de ter por perto.
Lembra da sensação de estar perdida, amarrada, emudecida. Dos pés frios. De sentar perto à janela e olhar aquelas outras janelas in front of you. De ver a janela embaçando e pensar o quanto lá fora está milhões de vezes mais frio do que dentro do quarto, até que cria coragem de abrir a janela e comprova que lá fora realmente está muito mais frio. coloca sua cabela pra fora da janela e sente o frio, a neblina. Sente aquele sopro de gelo caressing your face, telling you that is ok to be lonely, you're not the only, those windows in front of you could be lonely too. Mas seu pensamento está a oceanos de distância.
Você lembra de ir ao banheiro e se trancar lá dentro, fumar vários cigarros lá, porque não pode fazê-lo do lado de fora do banheiro, ou do quarto. Lembra de deitar na banheira seca e vazia, com nada além de um maço de cigarros como companhia, seus pijamas e meias para aquecer os pés. Você sente uma espécie de tristeza conformada.
Então, depois de muito pensar, com alguns cigarros a menos, e não menos aflita que antes, volta pro quarto, despede-se da rua fria, vazia, e das janelas. Entra nas cobertas que dão coceira, fecha os olhos e ouve a música. A música que sussurra aos seus ouvidos, como a fria brisa noturna lá fora. Consolando e ao mesmo tempo dando aquela sensação, aquela sensação de vazio. Então você se agarra às cobertas e se agarra às memórias, às tantas memórias, tentando amenizar aquilo. Mas it doesn't work, as your problem won't work out as well. And you think that soon, but not soon enough, you'll see how things will be when you come back. Back to that place that hasn't windows in front of you, or cold weather outside, but lonely streets you know you'll find everywhere.




*Música
*Foto por lores

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Or maybe you're just sentimental...

CAT POWER.
Overdose de Cat power. Porque eu sou completamente apaixonada pela voz dessa mulher, e a noite passada até sonhei com essa música, e acordei cantando:

http://www.youtube.com/watch?v=_6tg0DOdkeU&feature=related

.

Algumas frases do filme My Blueberry nights, e a cena em que a Chan aparece:

"It shouldn't be hard. Maybe you're just looking in the wrong places, or maybe you're just sentimental..."

"-You still have the keys.
-Yeah, I always remember what you said about never throwing them away, about never closing those doors forever... I remember.
-Sometimes even if you still have the keys, those doors still can't be open, can they?
-Even if the door is open, the person you're looking for may not be there, katya."

http://www.youtube.com/watch?v=YzKDMRzIOSs&feature=related

sábado, 18 de abril de 2009

Scraps a uns jovens leitores de blog

Respostas dos scraps que mandei hoje. Sei lá, vontade de dar uma de Rilke com o advento do orkut...

Feriadão? Nem vai ter outro tão cedo... segunda vai ser tudo normal e tal. Vai ser feriadão praí? Ontem eu saí, fui lá no reviver. Tava a maior loucura pro chez moi, uma fila quilométrica, claro que eu não me prestei àquilo. Fiquei calmamente bebendo cervejinha e olhando o movimento, bebi boas cachaças do batista e peguei um pouco de chuva, que anda chovendo demais pra cá ultimamente. Engraçado é que eu fui me proteger da chuva debaixo de um barco que colocaram lá. Quando é que você vai pensar que um dia vai ser abrigar da chuva debaixo de um barco? hahaha
Ah, hj eu assisti um filme que me deixou mesmerizada! De um diretor que não conhecia, Wong Kar Wai... o filme é 'my bluerberry nights', procurei pq fiquei sabendo que tinha músicas da cat power, e que ela aparecia. Na hora me surpreendi, muito bom! Te recomendo, caso tu ainda não conheça. E por aí?


- pra um amigo que tá morando em Sampa

.

Eu nem sabia que tinha uma escola com o nome de papai! Nunca fui lá, mas tenho muita vontade de ir, principalmente agora depois de saber disso. Saudade também, beijo!
:**


- pra uma conhecida da família

.

Tu tá afim de ir pra onde hoje, nim? Eu nem sei ainda, mas a galera tá animando de ir na public. Não faço a mínima idéia do que vai ter, mas como tem um tempão que não piso lá pode ser uma boa. Se tiver alguma idéia de coisa melhor pra fazer diz aí. E chama o Luan tbm.

;*

- pra primamiga

.

É assim com pessoas especiais, a gente sempre lembra delas! =)

- pra uma amiga que tá morando na terra do pão de queijo

.

Ahhh que legal! Viu? Eu disse que sairia! =) E esse é só o primeiro de muitos, não esquece!

- pra um jovem poeta que teve o primeiro poema publicado no jornal

.

hahahah
É, ainda bem que tu seguiu tua intuição e eu segui a minha, senão a gente nem teria se visto! Eu nem sei o que vai ter lá, mas como tá todo mundo afim de ir talvez eu vá. Então até mais tarde!

:***


- pra um amigo que tem estado mais presente nos últimos dias

.

Just silly stuff.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Maranhão perde: Roseana ganha

Hoje é um dia de luto pro Maranhão, dia em que enterra uma das últimas esperanças de libertar-se da oligarquia cruel sob a qual esteve subjugado por quase quarenta anos, a família Sarney retoma o poder.
Com discurso hipócrita, absurdo e sofista, adjetivos eufêmicos perante o dado discurso, a filha de José Sarney assume a posse na Assembléia legislativa, em cerimônia acompanhada de fogos e bumba-meu-boi, matendo as falsas aparências, como manda o código de ética maranhense.
Frases como "A justiça foi feita", "Eu agradeço ao povo, que me colocou no poder", e "Eu voltei para fazer o que sei de melhor: trabalhar pelo Maranhão", foram proferidas pela nova governadora velha, provocando náuseas na população esclarecida.
Enquanto isso, Jackson Lago, o bom velhinho e Woody Allen maranhense, declara que só sai do palácio morto ou arrastado:

"A não ser que me arrastem com violência ou que me tirem a vida, permanecerei no palácio até que o Supremo Tribunal Federal dê a última palavra sobre o caso. Se a Justiça Eleitoral não levou em conta a opinião dos maranhenses que me elegeram para governar durante quatro anos, é minha obrigação levá-la em conta, sim, respeitá-la, sim."

Essa outra passagem, divulgada no site O Globo, me chamou bastante atenção:

A partir de agora, o estado do Maranhão voltará a crescer e a se desenvolver - destacou a senadora, que governou o Maranhão entre 1996 e 2002.

Quem conhece a história percebe a evidente ironia, apesar de não ter sido esta a aparente intenção. =)

Continuando...

É preciso que a mídia nacional tome conhecimento do que se passa no Maranhão, do ato de violência de que estou sendo vítima. As informações do Maranhão são transmitidas para fora do Estado via meios de comunicação da família Sarney. Ela é dona de jornais, emissoras de rádio e da TV Globo local - lamenta Lago.

Os Sarney nunca haviam sido derrotados antes. Eu os derrotei. Eles mandaram neste Estado por mais de 30 anos - e o que deixaram como herança? Um Estado com alguns dos piores indicadores sociais do país. Eles pretendem voltar a mandar. Mas confio na força do povo para impedir que isso ocorra.


Se encaixa perfeitamente aqui mais um fragmento do discurso de Roseana em que ela diz "O Maranhão é um estado lindo, com um dos maiores litorais do Brasil, inúmeras riquezas...", e ainda assim, como lembrou Jackson, o segundo pior estado nos indicadores sociais do país.



E como era de se esperar...
do Maranhão... NADA.
Apesar do que tá sendo divulgado pela imprensa, quase nenhuma manifestação. Um pequeno engarrafamento no caminho para a Assembléia, um batalhão inteiro de policiais pra garantir a segurança dos sarnentos, e alguns poucos idiotas, prestigiando a ex-senadora e recém governadora.




No Palácio dos Leões a coisa é ainda mais deprimente, pouquíssimo movimento, um tímido cartaz que sussurra em letras vermelhas garrafais "Sarney nunca mais!" em vão, quatro ou cinco bandeirinhas de "Xô Rosengana" penduradas em postes, e alguns poucos corajosos, apoiando o ex-governador e recém-cassado.



As pessoas nessa cidade parecem completamente alheias ao que acontece. Pouquíssimo se comenta o assunto, ninguém parece ligar, ou perceber o que se passa. Como se o voto não fosse uma escolha, como se nossos direitos não estivessem sendo ignorados. Como se devêssemos apenas aceitar... aceitar ser a ilha dos Sarney por mais quarenta anos. Aceitar que pessoas de bem sejam desmoralizadas nacionalmente. Aceitar os fogos, os direitos usurpados, o bumba-meu-boi usurpado. Aceitar que haja um único cartaz tímido como resquício de uma voz cansada, de um povo rouco por não falar. De um povo que, infelizmente, merece o governo que tem.

sábado, 11 de abril de 2009

A ligação

Alberto era do tipo romântico, daqueles que faziam questão de sofrer se fosse por amor. Há algum tempo havia se separado de sua amada Antônia, aquela a quem considerava o grande amor de sua vida.
Alberto e Antônia não tiveram um relacionamento bem sucedido: brigavam por qualquer motivo, tinham longas discussões e desgastavam-se à toa.
Talvez porque fossem muito parecidos, ou talvez por serem extremamente diferentes, os dois se atraíam e repeliam de forma igualmente avassaladora.
Certa noite, depois de muito sem saber notícias de Antônia, Alberto se desespera. Sente seu peito apertado, doendo e doente de amor e saudade.
Ele lembra da primeira vez que ouvira a voz dela. Uma voz tão diferente de todas que já havia ouvido, completamente distinta de qualquer expectativa que mantivera a respeito durante o tempo em que apenas trocavam cartas. A primeira vez foi por telefone, o que fez com que se concentrasse mais ainda naquela voz jovem, engraçada e leve, que balançava seus pensamentos a cada palavra dita.
O aparelho ficava na mesinha da sala de jantar, e enquanto falava com Antônia por intermédio deste, Alberto olhava bem os azulejos azulados e tocava-os, imaginando tratarem-se de Antônia. Olhava ao redor, para as paredes, para o lustre, para o piso, e sem se dar conta, estava guardando para sempre aquela memória.
Naquela noite de saudade doída chovia bastante. Alberto via a chuva cair pela janela como o pranto que derramara tantas vezes por Antônia. Ele via as gotas caírem, mas enxergava apenas o silêncio por detrás delas. Alberto enxergava o silêncio da falta de Antônia.
Desolado, lembra-se do episódio daquela noite de abril de 1988, em que ouviu pela primeira vez a voz de sua Antônia, e, rapidamente, corre para o lugar onde estivera há três anos atrás.
Desta forma consegue sentir-se um pouco mais próximo de seu amor perdido, ainda que ínfimo fosse o consolo. Sentia-se ridículo, vazio e perdido. Não sabia o que fazer com tanta falta, aquela enorme falta que o preenchia quase que por completo.
Ele abaixa a cabeça e começa a chorar desesperançoso. Já faziam seis meses que Antônia se fora, mas Alberto sempre esperava que ela pudesse voltar. Naquela noite, por algum motivo desconhecido, a esperança de Alberto resvolvera deixá-lo, e ele finalmente percebe que ela não mais voltará.
De repente, o telefone toca, emergindo Alberto de seus profundos pensamentos nostálgicos. Ele treme assustado, e atende. Ninguém diz nada de ambos os lados, mas os pensamentos de Alberto gritam dentro de sua cabeça: "É ela, é ela! Antônia! Ela pensava em mim ao mesmo tempo em que eu pensava nela! Antônia, eu sabia! Sempre soube...".
E aquela ligação silenciosa continuou por muito tempo.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Once I wanted to be the greatest...

Once I wanted to be the greatest, the greatest, the greatest...¹
Antes você não desejava o mal a ninguém, hoje, não o deseja a quase ninguém. É engraçado como você começa a decair, quando abre mão de ser uma pessoa melhor (por cansaço, no caso a que me refiro, porque sempre existem aqueles desprezíveis que abrem mão de ser melhores apenas por gostarem de ser ruins).
Uma hora ou outra realmente cansa, e aí parece definitivo. Você junta seus valores, princípios e virtudes e joga numa caixa que guarda num quarto abandonado, sabe que não vai precisar deles quando for pra rua. E aí sai pra encarar o mundo, despido de todas as crenças pelas quais lutava veementemente, pois decidiu vestir uma armadura de mediocridade. E as pessoas parecem lhe olhar diferente, os outros agora lhe reconhecem como um deles. E eles passam a respeitar mais se você conseguir gritar mais alto, mesmo que saiba que o certo seria agir diferente. Você percebe que quanto mais baixo desce, mas alto estará crescendo no conceito deles, e o que antes fazia pesar seus ombros hoje lhe faz dar de ombros. A tristeza vira indiferença, só mais um sem rosto na multidão.
Começa gradualmente... até que de repente você percebe: agora escolhe odiar mesmo que possa perdoar. Gritar mais alto, desejar o mal, vingar-se.
É claro que sua maldade não é generalizada, tem que ser direcionada a "quem merece". Sim, porque agora você se acha apto a julgar quem merece ou não. Um dia todos acabam merecendo, e você também vai merecer. E assim tudo vai-se contaminando... Essa batalha já foi perdida, não existe exército de um homem só.²
Lá fora se morre e nasce milhões de vezes todos os dias. Quem você era precisa morrer pra que nasça quem você não deveria ser.


¹ The greatest - Cat power: http://www.youtube.com/watch?v=woGp4gJiTbk
² Menos pro capitão Birobidjan. :P

domingo, 29 de março de 2009

Vibrações, consciência e água

Eu vim postar aqui e li "home", então esse é meu lugar, né? Posso depositar todas as minhas besteiras aqui, falar do que quiser, fazer o que quiser, aqui é meu lugar de poder tudo.
Essa introdução tá meio esquisita, mas é que hoje eu tô uma mistura de filosofia oriental, física quântica, espiritualidade zen, e tentativas de controle mente-corpo. Assisti um filme/documentário (Quem somos nós?) muito interessante que aborda esses conceitos, aí vim aprofundar essas informações por aqui. Uma das coisas que mais me chamou atenção foi o estudo de um pesquisador japonês chamado Masuru Emoto ( A message from the Waters), que através de microfotografias das moléculas congeladas de água (cristalizadas) tenta provar o efeito que as palavras (logo, os pensamentos, a intencionalidade, as vibrações) causam na estrutura molecular. Ele colhe todo tipo de água de toda parte do mundo, águas limpas, extremamente poluídas, águas de canos, águas da França, águas do Japão, e as submete às experiências, que consistem basicamente em colocar música pras águas "ouvirem", palavras escritas, pra que as águas entendam, enfim.
Ele defende assim que tudo existente possui uma vibação, e que essa vibração afeta todas as outras vibrações. Palavras negativas deformam as estruturas dos cristais, enquanto palavras positivas, músicas harmônicas, formam estruturas equilibradas e visualmente agradáveis.
Tendo em vista que nosso corpo é formado de mais de setenta porcento por água, e que o planeta em que vivemos divide uma proporção equivalente a esta, ele nos faz refletir sobre o efeito de nossas palavras, nossos pensamentos e nossas vibrações sobre nós mesmos e o mundo que nos cerca.
How water structure reflects our consciousness.

(Depois, em entrevistas ele revela que acredita em fantasmas de entidades passadas que ficam presos nesse mundo e acabam habitando as águas, e sendo responsáveis por essa mudança nas estruturas... os fantasmas estariam ouvindo e lendo, absorvendo as mensagens destinadas às águas. No fim, independente da crença, não deixa de ser um estudo interessantíssimo!)


- Da esquerda pra direita: Sanbu-ichi Yusui [água de primavera]; Japan Shimanto River [conhecida como a última corrente limpa no Japão]; Gelo antártico; Fonte em Lourdes - França; Rio Yodo, Japão [extremamente poluído, passa por uma das maiores cidades em Kasai]; Fujiwara Dam [antes da prece do monge]; Fujiwara Dam [depois da prece do monge]; You Make Me Sick, I Will Kill You [inscrição na garrafa que continha esta água]; Thank You [inscrição na garrafa que continha esta água].


- Pra quem se interessou, eu pesquisei nesses sites, tem outras fotografias de palavras como Love and appreciation, músicas de Beethoven e heavy metal, e figuras como Hitler e Madre Teresa.

Aqui vão os sites(em inglês):

http://www.life-enthusiast.com/twilight/research_emoto.htm [entrevista]
http://www.masaru-emoto.net/ [site oficial]
http://www.hado.net/
http://www.youtube.com/watch?v=ccCsSXuMlLY [vídeo do youtube em que aparece a passagem no filme/documentário que fala sobre o estudo do Dr. Mausuru, legendado em espanhol]

sexta-feira, 20 de março de 2009

Woody Allen, diarinho y otras cositas más

Sabe aquela correria toda do post passado? Pois é, foi suspensa temporariamente, de uma semana a quinze dias no máximo. Motivo: tive que engessar a droga do pé, e holly cow! como gesso incomoda! Troquei três vezes, pra se ter noção. O primeiro eu cismei que havia quebrado, o segundo tinham colocado errado e tava doendo demais, e agora tô aqui com o terceiro. Cinco dias, três gessos diferentes, tive até que trocar de hospital, senão não me atenderiam! hahaha :P
A pior parte foi ir pra Ufma assim e andar aquele campus imenso (tá, só o CCH, mesmo lugar onde a entorse nasceu, há uma semana atrás), suando feito uma porca parida e fazendo um puta esforço nos braços. Paguei todos os meus pecados, e devo ter feito mais exercício nos bíceps do que diane dos santos faz em um mês, droga de muletas! Se bem que essas são bem melhores que as axilares, que doem muuuito mais! O que valeu a pena esse sacrifício todo foi a primeira aula de latim!! Finalmente! :D
Bigus Dickus! Viu? Já sei falar latim. haha.
Mas então, onde eu quero chegar com isso... a consequência de um pé engessado é ter que ficar de molho, aí o que se faz? Aluga-se milhões de filmes pra passar o dia no sofá de perna pro alto, enquanto todos saem, te chamam pra sair, se divertem e fazem questão de dizer o quanto foi/vai ser divertido tudo isso. Meanwhile você assiste boquiaberta as imagens resultantes do que goes on in the head of the genius, the master, the one and only... Woody Allen.
(eu não posso morrer antes de ver a filmografia inteira dele)!
Que o homem é um gênio, todos já sabem, mas o que deve ser constantemente lembrado é que ele sempre consegue surpreender (mesmo que repita fórmulas e carregue clichês, ainda assim ele consegue). Drama ou comédia, ele é sempre envolvente e inigualável, sem dúvida que é um dos melhores diretores autorais de todos os tempos.
Que Woody Allen viva pra sempre!
Esse filme que assisti hoje chama-se "Interiores", e definitivamente é um dos melhores dele na minha concepção. Um dramão fudeno, porrada seca e certeira. Te dá um soco no estômago e te deixa com falta de ar, dá a sensação de nó na garganta e mal dá pra piscar nas cenas, prende a atenção do incío ao fim.
Destaca a subjetividade de cada personagem, e Woody usa de ótimos artifícios pra isso. Como o próprio título já diz, fala sobre o que há de mais íntimo, além de ser filmado essencialmente em ambientes internos, com pouquíssimas tomadas externas. Você é levado a penetrar o interior de cada um e compreender perfeitamente o que se passa, consegue até sentir as angústias dos personagens. Várias cenas arrancam suspiros e algumas até me arrepiaram. Tudo com muita profundidade. Duas palavras pra definir o velho judeu mais-mais-mais-de-todos: profundo e sutil. (ponto!)
Parece que ele arranca a alma das pessoas e a enfia naqueles rolos de filme...
E aí, depois de tirar teu fôlego, tentar arrancar tuas lágrimas e te deixar com aquela sensação de PUTA QUE PARIU!, acaba... tão calmo e silencioso como começou. DRAMÃO. Porrada seca. Nó na garganta. Um WA legítimo.
Falou e disse a aclamada crítica de cinema, Érika Dominici.
E ainda tem muito mais ócio, muito mais pé engessado e muito mais filme, o que é igual a muito mais besteira escrita por aqui.
Depois dessa verborréia toda tô até me sentindo mais leve!
(o que vai me ajudar na hora de carregar o peso todo do meu corpo nas muletas).

terça-feira, 10 de março de 2009

All we care about is talking

É, rotina nova e completamente diferente. Hábitos novos, faculdade nova, professores novos, ânimos novos, pessoas novas, cabelo novo. E o melhor de tudo é que tudo agrada imensamente.
Duas faculdades, 8:30h em sala de aula, 13 matérias, espírito cdf imensurável batendo.
Tô sem tempo de postar no blog. Fora isso ainda tem a possibilidade de outro curso de línguas e um de pesquisa de extensão. Paralelo a tudo isso ainda tem as cadeiras de sinuca I, as primeiras calouradas da vida (que te fazem torcer o pé), as tentativas de te sequestrar dos teus próprios amigos (depois das últimas que passei, definitivamente é melhor reconsiderar com quem me relacionar).
Largar o cigarro tem me engordado, acordar e dormir cedo tem dado uma melhorada nas olheiras.
Post diarinho, tinha um tempo que eu não fazia isso, mas tô totalmente sem idéias pra escrever alguma outra coisa. Mas enquanto não aparecer idéias legais, vou postando coisas interessantes de outras pessoas, e fazendo posts diarinhos quando der vontade também, por que não? hehehe =P

Meu tornozelo inxado manda beijos.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

As janelas

Aquele que olha, da rua, através de uma janela aberta, jamais vê tantas coisas como quem olha para uma janela fechada. Nada existe mais profundo, mais misterioso, mais fecundo, mais tenebroso, mais deslumbrante, que uma janela iluminada por uma lamparina. O que se pode ver ao sol nunca é tão interessante como o que acontece por trás de uma vidraça. Naquele quartinho negro ou luminoso a vida palpita, a vida sonha, a vida sofre.
Para além das ondas de telhados, diviso uma mulher já madura, enrugada, pobre, sempre debruçada sobre alguma coisa, e que nunca sai de casa. Pela sua fisionomia, pelas suas vestes, por um gesto seu, por um quase-nada, reconstituí a história dessa mulher, ou antes, a sua lenda, que às vezes conto a mim próprio, a chorar.
Se fosse um pobre velho, eu lhe haveria reconstituído a história com a mesma facilidade.
E vou-me deitar, orgulhoso de ter vivido e sofrido em outras criaturas.
Agora, haveis de perguntar-me agora: - "Estás certo de que essa história seja a verdadeira?" Que importa o que venha a ser a realidade colocada fora de mim, se ela me ajudou a viver, a sentir que sou, e o que sou?

C.B.

- Genial, au au.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

sábado, 14 de fevereiro de 2009

sueño pesado

Quanto fui
Quanto não fui
Tudo isso eu sou.
Quanto quis
Quanto não quis
Tudo isso me forma.
Quanto amei ou deixei de amar
É a mesma saudade em mim.

Marta Viana

-

Lindo. Queria ter escrito, mas quem escreveu foi a amiga de quem sinto saudade agora, Martinha.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Me and you and everyone we know











.

http://www.youtube.com/watch?v=HnPOUnINM9s

Lembrei desse filme, recomendo.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

It's not going to stop 'til you wise up...

Tem uma cena em Magnólia que mexe muito comigo. É uma cena profunda onde um cara que tá prestes a morrer fala de arrependimento.
Todo mundo considera arrepender-se uma perda de tempo, mas esse cara defende justamente o contrário. "Regret, my friend!", ele diz, e eu concordo plenamente.
Ele fala que se pudesse teria passado mais tempo se arrependendo porque assim poderia ter tentado mudar as coisas, reconhecido erros que não reconhecia como erros anteriormente.
Arrepender-se é uma forma de aprendizado, se você realmente se aprende há mudança de comportamento¹, e você tenta de alguma forma consertar o que foi feito. Há pessoas que dizem que nunca é tarde demais, mas é. Quase sempre é tarde demais, e você percebe isso.
Você percebe quando é tarde demais num olhar, num gesto ou numa simples palavra... você apenas sabe. Atinge-se um ponto irreversível, e quando se chega lá você tem apenas lembranças, algumas lágrimas pra chorar (se conseguir) e lamentações.
O irônico é dar-se conta de que as pessoas que mais fazem com que você se arrependa são as que mais lhe amaram, essas são as que você menos reconhece. Elas, as que mais que fazem bem, são as que mais fazemos mal.²
Talvez esse excesso de amor que elas concedam faça mal, talvez a culpa também seja delas. A culpa de terem acreditado demais, compreendido demais, aceitado demais.
Amor é altruísta, é verdade, mas não deve haver amor sem receptividade, não deve haver amor unilateral, senão vira cegueira. Ninguém deve cegar-se por amor, deveria ser assim...
Voltando ao arrependimento, de nada vale arrepender-se sem tentar consertar um erro. Eu aprendi há pouco tempo que, por melhor que sejam suas intenções, ninguém as conhecerá se você não explicitá-las, e é por isso que deve-se transparecer o que se passa, ou at least tentar.
Há aquelas vezes em que você se arrepende mas já atingiu o ponto irreversível. Nessas horas não importa quantas tentativas sejam feitas: nada vai adiantar. Although isso não seja motivo pra desistir.
Regret, my friend, regret... but do something with it! Se arrependa para ganhar tempo, e não perdê-lo. Se arrependa pra mudar, não apenas ficar lamuriando.
Eu tenho muitos grandes arrependimentos na vida. Uns eu não conseguirei fazer algo pra mudar³, outros eu carrego, amargos e pesados, me fizeram aprender e esses eu farei o possível pra consertar... enquanto não se encaixarem na categoria anterior.





¹Exercitando conhecimentos da faculdade, hihi.
²Na maioria esmagadora das vezes.
³Por motivos de força maior que regem a vida, ou a falta dela.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Oh I said baby never let me be a loner ...

"Se você não se atrasar demais, posso te esperar por toda a minha vida."

O. Wilde.

"Mergulhou na sua própria trip e foi inventando caminhos, na maior solidão."

C.F.A. sobre C.L.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Sentada naquele banco eu olho a lua erguida no alto enquanto as nuvens passam por ela, cobrindo e revelando a luz amarelada e redonda. Penso no céu sobre minha cabeça e no quanto ele pesava naquele momento.
Mãos imaginárias apertam meu coração, tentam esmagá-lo com toda força, e aquele pedaço de céu negro e anuviado é o mesmo que cobre aquela cabeça que não é a minha e afasta de mim aquele coração que também não é meu, embora há pouco tivesse sido.
Pra onde aquele vento que empurra as nuvens pra cima da lua levaria meu ex-coração?
Sentada naquele banco eu vejo a chuva que não veio e não regou minha rosa murcha, e penso no jardim cultivado apenas naquela cabeça que não é minha, e em todas as rosas que murcharam antes de florescer.
No mundo todo, no céu do mundo, na lua do mundo, na rua do mundo, na minha rua que nunca foi minha o mundo não venceria.
Na rua do banco, na casa sem chuva, no céu da rosa, no jardim da lua, eu vejo meu ex-coração da cabeça que não é minha.


07/01/09

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Pido silencio

AHORA me dejen tranquilo.
Ahora se acostumbren sin mí.

Yo voy a cerrar los ojos

Y sólo quiero cinco cosas,
cinco raices preferidas.

Una es el amor sin fin.

Lo segundo es ver el otoño.
No puedo ser sin que las hojas
vuelen y vuelvan a la tierra.

Lo tercero es el grave invierno,
la lluvia que amé, la caricia
del fuego en el frío silvestre.

En cuarto lugar el verano
redondo como una sandía.

La quinta cosa son tus ojos,
Matilde mía, bienamada,
no quiero dormir sin tus ojos,
no quiero ser sin que me mires:
yo cambio la primavera
por que tú me sigas mirando.

Amigos, eso es cuanto quiero.
Es casi nada y casi todo.

Ahora si quieren se vayan.

He vivido tanto que un día
tendrán que olvidarme por fuerza,
borrándome de la pizarra:
mi corazón fue interminable.

Pero porque pido silencio
no crean que voy a morirme:
me pasa todo lo contrario:
sucede que voy a vivirme.

Sucede que soy y que sigo.

No será, pues, sino que adentro
de mí crecerán cereales,
primero los granos que rompen
la tierra para ver la luz,
pero la madre tierra es oscura:
y dentro de mí soy oscuro:
soy como un pozo en cuyas aguas
la noche deja sus estrellas
y sigue sola por el campo.

Se trata de que tanto he vivido
que quiero vivir otro tanto.

Nunca me sentí tan sonoro,
nunca he tenido tantos besos.

Ahora, como siempre, es temprano.
Vuela la luz con sus abejas.

Déjenme solo con el día.
Pido permiso para nacer.


P.N.