quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Let there be doubt! And the doubt was made...

Bom, sem enrolação porque eu tô com sono. Ultimamente só tenho atualizado esse blog com sono mesmo, já que meu único trabalho tem sido fazer uma pequena introdução sobre o rascunho que vou postar e postá-lo.
Então, esse texto eu escrevi há dois anos, mas ainda penso igualzinho. Na verdade o texto é um resumo do que eu penso sobre a grande maioria das coisas, é uma parte do meu mundo dentro de uma casca de rascunho, sacoé? E relendo eu até gostei dele, não lembro porque não postei antes.
Dizer que se gosta de um texto que você mesmo escreveu pode soar um pouco presunçoso, não? Mas bem, como as impressões que passamos de quem somos para as pessoas são duvidosas, vou clarificar aqui. Eu não acho que eu escreva bem. E eu não acho que eu escreva mal. Mas escrevendo bem ou mal eu não posso me poupar da auto-crítica em relação a meus textos, capisce?
Essa explicação toda lembrou o que disse hoje uma amiga minha da Ufma, que tinha sonhado que numa vida passada eu fui casada com Dostoiévski e o espírito dele me possuía e me inspirava a escrever. Bonito, né? Até a parte em que ela disse que no sonho eu também era psicótica e tava desesperada por ajuda. Tudo bem, tudo bem, olha a impressão que minha persona tá causando no inconsciente dos outros.
O rascunho não tava intitulado, mas eu vou colocar aqui (no título da postagem) um que me veio à mente agora. Em inglês, pra combinar com a quantidade de estrangeirismos do texto que segue.


- Rascunho abandonado em: 24/09/08



Na Idade Média a religião era o top of the pops. Tudo era explicado, justificado, feito, deixado de fazer, por ela. Depois veio o Renascimento, clareando todas as idéias e chutando pra longe a bundinha negra das trevas, com suas artes, filosofias e novos saberes. A religião ficou no banco de reserva e o homem girou em torno de seu próprio umbigo, filosofando, especulando e buscando motivos e causas e respostas... então veio a ciência.
Outro dia me perguntaram o que achava da ciência. Eu acho que do jeito que as coisas andam, nosso calendário vai adotar um novo marco: Antes da Ciência - Depois da Ciência. Ela é o novo deus, Cristo é tão last week perto dela, isséqueuacho. O mundo contemporâneo faz da ciência a nova religião, tão autoritária e dogmática quanto qualquer outra. Com seus métodos rigorosos, suas técnicas e seus mandamentos, é o perfeito deus adorado pelos ateus.
Os céticos declaram sua fé nesta, como qualquer fanático por Buda, Gandhi, Lúcifer, ou o que for. Quer dizer, ela é a detentora da verdade e a crença dos descrentes. However, nem tudo é provado pela ciência, isso é sabido (ou pelo menos deveria ser). A ciência é falha, a religião é cega, a filosofia tem astigmatismo e a justiça olha muito mais cores e formas do que deveria. Então você pensa: no que se segurar?
Minha muleta preferida é a dúvida. Talvez eu tenha sido condicionada a duvidar, talvez isso seja um reflexo, but one thing I know: ela é necessária. A dúvida não falha porque ela já é a falha, não cega e enxerga até no escuro.
Despite of all these, minha dúvida não me faz cínica. I do believe in fairies, já vi a verde por aí em alguns rótulos de garrafas, acredito no Nirvana de Kurt Cobain, amém. Acredito no capitalismo que me alegra os bolsos e no socialismo que aleg(r)a a utopia. Acredito em Sócrates, acredito que penso e talvez não exista, acredito no sol, no tempo e em Woody Allen, e acima de tudo, acredito na ignorância.