domingo, 11 de janeiro de 2009

Sentada naquele banco eu olho a lua erguida no alto enquanto as nuvens passam por ela, cobrindo e revelando a luz amarelada e redonda. Penso no céu sobre minha cabeça e no quanto ele pesava naquele momento.
Mãos imaginárias apertam meu coração, tentam esmagá-lo com toda força, e aquele pedaço de céu negro e anuviado é o mesmo que cobre aquela cabeça que não é a minha e afasta de mim aquele coração que também não é meu, embora há pouco tivesse sido.
Pra onde aquele vento que empurra as nuvens pra cima da lua levaria meu ex-coração?
Sentada naquele banco eu vejo a chuva que não veio e não regou minha rosa murcha, e penso no jardim cultivado apenas naquela cabeça que não é minha, e em todas as rosas que murcharam antes de florescer.
No mundo todo, no céu do mundo, na lua do mundo, na rua do mundo, na minha rua que nunca foi minha o mundo não venceria.
Na rua do banco, na casa sem chuva, no céu da rosa, no jardim da lua, eu vejo meu ex-coração da cabeça que não é minha.


07/01/09

2 comentários:

Anônimo disse...

Beleza, tristeza e nostalgia?
Bonito, bonito.

Lorenna disse...

ai que bonito esse final, bicho! =~