sábado, 29 de maio de 2010

E as rosas no palco?

O próximo ato já começou e não percebi. Perdi-me na peça em que sou atriz principal. Fiz-me espectadora, assistindo do alto, intocável, distante, dispersa. O tempo passou e não vi. Surdei-me aos aplausos; e as vaias, escutei-as em todos os seus tons. Quis fugir dos holofotes, esconder-me. Tentei achar enredo, título. Batizei-a de vida e não liguei para o público. Os ingressos esgotaram-se, mas ingressei apenas uma vez. O contra-regra sou eu, eu sou o contra-regra. Decido a hora de fechar a cortina, e acabou-se o espetáculo.

4 comentários:

márcio disse...

já acabaram mesmo os ingressos?

Émile Robot disse...

...please, do not commit suicide...

Air disse...

Peraí, eu raramente respondo meus comentários, mas esse tenho que comentar. Isso é um texto reflexivo, mas as intenções destiladas aí findam-se no próprio texto. Tava só abstraindo pra perfumar as coisas belas e tristes com poesia. Do not worry, Flip.

Émile Robot disse...

Esse texto é realmente intenso, dá pra sentir uma "coisa" quando a leitura termina. Gratz.