segunda-feira, 27 de junho de 2011

Bang! Bang!

Eu quero escutar as porras das palavras não ditas, mas as porras das palavras só vêm repetidas. É tudo tão clichê. Essa vida em conserva, vida congelada. Vida de merda, uma porcaria dum suvenir made in hong kong. Tô nessa vibe.
É uma angústia sem fim, uma dificuldade de respirar. Um coração cheio de átrios e ventrículos e nervos e músculos, pulsando forte em vermelho. Dá vontade de arrancar do peito e jogá-lo fora longe, como se fosse uma bomba prestes a explodir que deve ser mantida a distância. E eu nem sei porquê.
Me sinto como se fosse uma engolidora de facas andando numa corda bamba suspensa acima dum tanque de tubarões. É exatamente assim que me sinto. Sem medo de usar uma palavra tão forte como exatamente numa situação tão duvidosa quanto angustiante. Você já teve a sensação de que o mundo, de repente, ficou pequeno demais?
E o pior, fico imobilizada. É como se uma mão invisível e cruel me empurrasse numa cadeira, atasse meus braços e minhas pernas e dissesse: "Fica aí, filha da puta, agora tu vai sofrer até a hora que eu quiser". E aí, intercalando com toda essa esquisitice, vêm à tona lembranças desconexas de criança, as mais avulsas possíveis, omo aquela vez no posto de vacinação em que eu precisei tomar zé gotinhas. E fui recompensada com um pacote daquelas pipocas de isopor. Crianças são recompensadas por tudo. Por tomarmos simples gotinhas via oral na infância somos verdadeiros mártires que precisamos de reforço gustativo pra nos assegurar de que está tudo bem. Cresce pra tu ver, filho da puta.
Esse é um texto em que tô destilando ódio com palavrões numa frequência mais que frequente. Acho que realmente deveria tirar meu nome do blog. Afinal eu não quero que qualquer-umzinho chegue aqui de forma qualquer, e se ache no direito, porque realmente há esse direito, de me julgar e de achar isso e aquilo com seu cerebrozinho todo trabalhado na teoria cognitiva da aprendizagem. Com todos aqueles valorezinhos infames adquiridos ao longo da vida social.
Foda-se. Soy loca. E falo isso sem nem querer entrar naquele papo de diferenciar loucura de sanidade, apenas porque é cansativo demais. Cadê a desconstrução?
Ando por aí querendo calar a boca de todos, afim de dizer DEIXA DE SER ESSE IMENSO E ESTÚPIDO CLICHÊ! Pensa outside the box. PORRA!
Porque tentar entender todas as cabeças ao meu redor dói! Eu me sinto como se tivesse cobrindo pontinhos pra achar a figura inteira. (que gestáltico!). E como tô cheia das comparações hoje. É como se eu quisesse estar comparando tudo e qualquer coisa com algo. Sabe, cansei.

Um comentário:

Metalbardo disse...

da pra contar em uma mão as pessoas que se conhece que pensam como talvez deveriam... mas sempre vai haver a necessidade de ter que baixar o nivel pra conseguir manter um diálogo com a maioria... só não da pra ficar isolado, pq ai a piração (no mau sentido) e angústia vão só aumentando... :/