sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Esteja alerta para a regra dos 3

Hoje, de repente, veio à minha mente a música Silence, de Portishead. Música sensacional que começa com "Esteja alerta para a regra dos 3, o que você dá retornará para você, essa lição você tem que aprender: você só ganha o que você merece". Será? I wonder.
Será a vida uma (in)finita sucessão de karma? Não parece muito certo quando paro pra pensar em pessoas boas com uma vida tão ruim. Gente que sofre desde o momento em que nasce, pessoas que tem uma carga de sofrimento tão grande que é até difícil de imaginar como suportam.
O que pensar, então, daquelas pessoas péssimas, sem caráter, sem escrúpulos, amorais ou imorais, que se dão tão bem na vida. Aqueles que já nascem sob o signo da sorte e ainda conseguem ser ingratos a ela.
O conceito de karma começou a fazer mais sentido na adolescência, e embora até hoje eu duvide dele - o que não quer dizer desacredite, mas questione - sempre me preocupei em passar coisas boas, não fazer o mal - o que não quer dizer que eu sempre tenha sucedido.
Há algum tempo, desde que comecei a estudar psicologia, talvez, coloquei na cabeça que tudo tem três lados. A realidade é inapreensível, por isso, numa relação com outro ser humano sempre vão existir 3 lados: o teu, o outro, e o real.
A psicanálise fala do Consciente, Pré-consciente e Inconsciente/ Id, Ego, Superego. Aliás, costumo dizer que na vida acredito em 3 coisas (quand même): no amor (no sentido de energia, e no seu oposto), na arte e na psicanálise. Tríade mais uma vez.
Que tipo de triângulo? Dizem que a vida é um ciclo, um eterno retorno. A imagem que me vem à mente, então, é um círculo contido num triângulo, um universo contido em outro plano, planos. Multiversos tridimensionais.
O ponto é que hoje me veio à mente Silence, de Portishead. Não tão de repente assim, já que a letra fala de várias questões que perpassam minhas reticências. E apesar da melodia incrível, da voz de anjo-do-além da Beth Gibbons, e da letra filosófica-intrapessoal, o mais genial da música é o final.
É o final que responde as perguntas, com ou sem resposta. Talvez a falta de resposta seja uma resposta. Uma resposta a todos os questionamentos da música, a todos os questionamentos das nossas vidas. O final é um silêncio. Abrupto. O silêncio. Silence

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