terça-feira, 19 de agosto de 2008

A decomposição de construir

De que são feitos os valores?
De que é feita a vida?
Essa falta de significado, essa busca de significados.
Vida e morte são a mesma coisa.
Tão inúteis e insignificantes, ambas. Ou talvez úteis e significativas.
Essa sucessão incessante de sofrimento e felicidade. A dualidade do ser ou não ser.
Sendo e não sendo, sendo e deixando de ser. Sendo pra deixar de ser.
No fim tudo acaba no mesmo, ou no começo tudo acaba no fim.
A vida dói e nunca vai parar de doer. Assim como a morte definitivamente deve doer.
A questão é: enquanto vivos nós nunca nos podemos deixar morrer. E a característica
principal da vida é sentir. Sentir todas as dores, sentir todos os cheiros, todos os
sabores, todas as sensações que se pode sentir. Sangrar até não ter mais sangue
nenhum. Desconstruir todas as verdades e todos os valores para construir novos.
Derrubar antigos conceitos pra formar novos encima do muro da essência, que nunca cai
por completo. A morte anda sempre com o símbolo da vida pendurado no pescoço, e a vida...
A vida?


11/08/08

2 comentários:

Siturcio disse...

Achei teu blog recentemente e, por isso, não consegui ler tudo, ainda. Todavia, o pouco que li já me fez impressionar.

Não só é impressionante o modo como escreve, mas também o que escreve. Os poemas são magníficos.

Parabéns, e assim que eu conseguir tempo para retomar a leitura, certamente terei mais a parabenizar.

Émile Robot disse...

A vida?

é preciso enxergar para saber o que são cores
é preciso ouvir para entender as palavras
é preciso viver

.. óbvio?

as cores traduzem as formas
as palavras carregam informações
a morte apenas acontece

agora...

a forma é o volume da matéria
a informação é um conjunto de significados
a vida é estar animado

mais uma..

A matéria por si própria é morta
Significados são detalhes de coisas
A morte é o fim da escolha

Por fim..

Valorizamos a matéria animada, pois enxergamos além da própria forma o seu conjunto de significados.
Mesmo quando a essa ‘graça’ acaba a informação não vai embora, a matéria volta à vida que por sua natureza é morta.