domingo, 24 de agosto de 2008

God only knows what I'd be without you

Todos a consideravam triste e mórbida, mas ela só era intensa. Pensar sobre a morte,
podia ser uma pequena obsessão, quem sabe? Mas pensar sobre a morte, existe algo mais
tocante e comovente? Pensar sobre a morte a fazia sentir viva. Fazia com que ela pensasse sobre a vida.
Essa tarde ela sentia uma emoção estranha, nostálgica e melancólica. Era como se um nó estivesse prendendo sua garganta. Era como se seu coração estivesse em suas mãos, e ela estivesse pronta para entregá-lo a quem quisesse aceitar.
Um coração acelerado e pulsante, que doía a cada batida. E as lágrimas que ela derramou alguns minutos mais cedo, duas lágrimas caindo por sua face. Devagar, frias.
Sua mão também era fria, seus pés eram frios, mas o resto do corpo estava quente.
E o nó continuava lá, meio prendendo, meio sufocando. E ela queria colocá-lo pra fora, queria vomitar o nó, vomitar o coração e tudo mais que estivesse dentro. Ela não dava muita atenção ao que acontecia ao redor, estava muito concentrada em si e nos seus olhos que ardiam.
God only knows what I'de be without you.





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Depois de ver minha vida sem mim.

Um comentário:

Siturcio disse...

Impressionado é uma palavra quase vazia agora que me deparo com um texto sobre vida e morte. Sobre laços de um mundo sobrenatural e inefável.

Não é pra menos que tenhas um talento tão majestoso para criação textual. Talento que percorre os neurônios até as falanges de forma simples e apoteótica.

As vezes tento imaginar o processo de feitura de vossos textos, entretanto é difícil imaginar, já que sua literatura é complexa e vai muito além dos meus conhecimentos.

Realmente impressionado é pouco comparado ao que sinto quando os leio, pois você vai além das idéias simplórias (como as minhas). Você ostenta um talento dívino para a escrita e usa tal talento com muita perícia e técnica.

Foi de grande valia para meus estudos sobre a arte de escrever conhecer-te, embora eu não tenha me dedicado a conseguir tempo para tão prazerosamente passar alguns minutos, quiça horas, lendo vossos textos, acompanhando a literatura graciosa e filosófica que produzes.

De qualquer forma, todo tempo que me sobra tenho dedicado a ler-te. E, sem sobre de dúvida, é magnífica. Parabéns novamente.

Sempre que o tempo me permitir estarei por aqui capturando um pouco de muita coisa.

Até breve.

Ps.: Eu tenho um poema - que ainda não postei no blog - sobre a morte, onde relato, confusamente, o desejo de morte e, posteriormente, de voltar a vida renascido e purgado. É simples. Postá-lo-ei qualquer horas dessas.